Tuesday, February 27, 2007

Regresso à velhinha rua

Depois de sair de uma apresentação, com a típica sensação de pressão encefálica, nada mais me apetecia senão comer um bolo bem doce e passear pelas ruas cheias do solinho invernal. Eis senão quando, em final de tal passeio, me deparo com aquilo que se revelou o dilema da semana:

To take or not to take it - that was the question. Provavelmente seriam efeitos da referida "pressão encefálica", mas a verdade é que não resisti e - tenho que dizer - graças à providencial ajuda da Te, tomei a grande decisão. Lol. Obrigada Te ;)

E por razões óbvias cheguei a casa e vá de procurar a musiquinha que volta e meia me assalta o espírito e me põe a cantar feita parva (é isto e o Noddy, não há duvida de que estou lá...não sei bem onde, mas nos 24 anos não deve ser :P). A verdade é que foi ver o monstro das bolachas e fui automaticamente projectada nos 80's...devo 'tar mesmo cota!


Vocês não sei...mas continuo a curtir a parva da música...lol...faz-me recordar...muita coisa :)

Saturday, February 24, 2007

Carnival

Juntam-se meia dúzia de gaiatos vestidos com pouco rigor - sim, que as máscaras ficaram em casa, mas como é Carnaval, ninguém leva a mal e temos sempre o improviso! Abre-se a torneira lá de cima na hora precisa em que se procura o restaurante, senta-se numa mesa que se revela típica do "desenrascanço" português, com uma tábua sobre 2 mesas para fazer de 3 (whatever, teve o efeito pretendido, a mesa cresceu). Jantar apetitoso bem regado com a bebida mais natural, atípica, e que acompanha todos os seres desde que vêm ao mundo (não, não é o leitinho, mas deixo-vos tentar adivinhar o que seria...não é dificil :P). No fim de farto jantar, segue-se um barzito simpático no tão familiar bairro lisboeta...
:)

o resto das fotos acrescento depois, por ora só tenho estas

Monday, February 12, 2007

Bilbeau


A resolução não está tão boa como queria...(foto de foto já antiga, da qual não fui eu a autora, mas não sei quem foi) mas mesmo assim é o suficiente para se ver que é o cão mais lindo do mundo! Digam lá se não ;) Ou era...bem, para mim ainda é! Presto assim uma pequena homenagem ao meu grande companheiro na infância, o meu melhor amigo.

Friday, February 09, 2007

Tuesday, February 06, 2007

Sim...

...porque...
...actualmente, se uma miúda de 12 anos engravida (sim, isso acontece), não tem condições de fazer um aborto;
...a lei em vigor é discriminatória, pois quem tem dinheiro faz os abortos que quer (mete-se no avião para outro país e já está - limpinho), mas se uma mulher pobre com 8 filhos engravidar, não tem outra hipótese senão levar a gravidez a termo ou então recorre ao aborto clandestino, em condições precárias na maioria das vezes;
...a lei em vigor humilha as mulheres, expõe-nas em praça pública e obriga-as a pagar por algo que é um direito que lhes pertence;
...
Há imensas razões, e eu podia estar para aqui a falar nelas até mais não, mas não é o que pretendo. Referi estas porque me parecem as situações mais flagrantes. Não estou a defender o aborto. Acho que o aborto é algo horrível, absolutamente traumático, por isso só deve ser considerado em última instância, quando tudo o resto falha (sim, porque às vezes os métodos contraceptivos falham - mesmo quando são usados). Mas uma mulher que decide fazê-lo não pode ser condenada por isso. É uma decisão que só a própria pessoa, que conhece todas as condições que envolvem essa gravidez, pode tomar, e não deve ser o Estado a decidir por ela. O que está em questão neste referendo não é a moralidade, não é se o aborto é certo ou errado, se deve ser feito ou não - apenas se refere à posição do Estado relativamente à pessoa que decide fazê-lo: se deve continuar a proibir ou se isso deve acabar.
E a resposta parece-me muito simples...o Estado não tem o direito de intervir numa questão que deve ser decidida por cada um.
Por muitas dúvidas que o aborto me possa suscitar, não consigo ir contra os meus princípios concordando com uma lei castradora...não consigo ir contra aquilo que sempre defendi: a liberdade. É disso que se trata, e é nisso que vou votar, na liberdade de escolher.

Saturday, February 03, 2007

Cântico negro

"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não vou acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre de minha Mãe.

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Porque me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!


José Régio

Thursday, February 01, 2007

Era uma vez...uma grilinha

Eis a pequena grilinha que vagueia hesitante na penumbra do anoitecer, buscando ansiosa pelo seu macho trovador. "Drama!" - dizeis vós, é ter de escolher, ó árdua decisão essa de decidir o rumo a tomar, no meio de tanta melodia. Nada temeis, jovem cantante! O segredo está no padrão temporal da canção de chamamento, nessa voz que se ergue no meio da bruma...and may that be chosen male!.


Definitivamente...a ecofisiologia animal baralhou-me as sinapses...